ABRASEL, SINDIBARES E CENTRAL UNIFORTE FIRMAM PARCERIA PARA GESTÃO DE RESÍDUOS DE BARES E RESTAURANTES DE GOIÂNIA

Ação deve contribuir para reciclagem de materiais descartados por estabelecimentos, sobretudo vidros

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seccional Goiás (Abrasel Goiás) e o Sindicato dos Bares e Restaurantes do Município de Goiânia (Sindibares Goiânia), em parceria com a Central de Cooperativas de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis “Unidos Somos Mais Forte” (Central Uniforte), lançaram a campanha com foco na reciclagem de materiais provenientes desses estabelecimentos. O objetivo é conscientizar os associados na separação de materiais recicláveis para apoio ao trabalho dos catadores, principalmente vidro, com a ativação da unidade de processamento deste resíduo, em alinhamento à Política Nacional de Resíduos Sólidos.

De acordo com o presidente da Abrasel Goiás, Danillo Ramos Mendes, a ação se conecta de maneira direta à ideia de economia circular e responsabilidade compartilhada, que se projeta para o futuro do consumo. “Nossos bares e restaurantes têm um elevado descarte de materiais como vidro, papel, papelão e plástico, que podem muito bem serem encaixados nos conceitos de redução, reutilização, recuperação e reciclagem, que são inerentes a essa economia circular. É uma responsabilidade nossa atuar nessa redução de resíduos. Como Goiânia já tem o título de capital verde, por sua grande quantidade de árvores, mais uma iniciativa como essa, capitaneada pelos bares e restaurantes, tão presentes na rotina da capital, vai contribuir para elevar ainda mais o conceito de cidade amiga do meio ambiente”, explica.

O presidente do Sindibares Goiânia, Newton Pereira, acrescenta também que a iniciativa deverá contribuir tanto em relação ao aspecto sustentável, quanto do social, beneficiando as famílias que fazem parte dessas cooperativas. “Temos aqui um exemplo muito claro de como uma iniciativa como essa pode beneficiar a toda a sociedade. Por um lado, vai ajudar bares e restaurantes a diminuir o descarte de materiais, fazendo a destinação correta, sobretudo do vidro que é muito presente na nossa rotina. Por outro lado, vai contribuir para ajudar na renda dessas famílias, com mais material a ser convertido em renda para eles”, reforça.

Representando a Central Uniforte, o gestor ambiental Fernando Yuri afirma que a parceria é muito estratégica e se alinha com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pelo Governo Federal por meio da Lei nº 12.305/2010, que determina que é prioritário que os materiais recicláveis devem ser destinados para associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, a fim de que aconteça a inclusão social. “Nós temos uma Política Nacional de Resíduos e ela prevê todas as etapas da geração de resíduo e também quem é classificado como gerador, consumidor, reciclagem etc. Sabendo dessas informações, esses estabelecimentos, como geradores, têm a responsabilidade para destinação ambientalmente adequada. A gente sabe que o público de bares e restaurantes é um dos grandes geradores desse material e essa parceria com a Abrasel e Sindibares é muito estratégica, principalmente quando se fala em vidro”, complementa.

A Central Uniforte, que tem seis cooperativas de catadores de materiais recicláveis afiliadas, possui um polo tecnológico para beneficiamento do vidro, no qual é possível processar e agregar maior valor a esse material. De acordo com o gestor, a partir desse processamento, as cooperativas poderão vender a matéria-prima diretamente para as indústrias, gerando valor socioambiental, além de mais empregos, renda e destinação ambientalmente adequada para esses grandes geradores, como bares, restaurantes e similares, contribuindo ainda com a economia do Estado.

Por que bares e restaurantes devem aderir à campanha?

Além de todas as vantagens comentadas com a campanha proposta, bares e restaurantes, principalmente de Goiânia (GO), têm a oportunidade de diminuírem seus gastos com a coleta de lixo. De acordo com a legislação municipal (Lei nº 9.498/2014), estabelecimentos que produzem volume superior a 200 litros diários de resíduos sólidos, considerados grandes geradores, já são obrigados a realizarem a coleta e a destinação dos resíduos de forma particular ou por pagamento de taxa à Prefeitura.

Aderindo à campanha, a conscientização das equipes dos bares e restaurantes sobre reciclagem aumenta, a partir das orientações sobre a coleta seletiva, o que consequentemente diminui o volume de lixo produzido. “Com a parceria com uma das cooperativas, os bares e restaurantes conscientizam suas equipes sobre os cuidados com meio ambiente, ampliam a capacidade de coleta dos catadores com a reciclagem, diminuem os custos com a coleta e movimentam toda uma economia local”, ressalta a diretora-executiva da Abrasel Goiás, Fernanda Fernandes. 

Sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos

A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Entre os conceitos que estão incluídos e que são englobados pelo setor empresarial, incluindo estabelecimentos como bares e restaurantes, aparece a responsabilidade compartilhada.

Entre seus objetivos estão compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis; promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade; estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis; propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade; e incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

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