Os preços dos alimentos sofreram mais uma forte alta em novembro, de 2,54%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de novembro, a alta acumulada de janeiro a novembro alcançou de 12,14% — a maior para um ano desde 2002, quando os alimentos subiram 19,47%.
Ainda faltando os dados de dezembro, no entanto, a inflação desse grupo deve fechar o ano ainda mais alta, já que os preços não dão sinal de arrefecimento.
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, enfatizou que o índice de difusão do grupo de alimentos passou de 73% em outubro para 80% o que, segundo ele, “demonstra um maior espalhamento da alta de preços entre os produtos alimentícios”.
“A gente tem os mesmos fatores que continuam influenciando na alta dos preços dos alimentos, como o câmbio num patamar mais elevado, que estimula as exportações; o preço de algumas commodities mais alto no mercado internacional e, pelo lado da demanda, ainda tem influência do auxílio emergencial”, explica.
CARNES PESARAM NO MÊS
A inflação dos alimentos de novembro foi a maior para um mês desde dezembro de 2019, quando ficou em 3,38%. Mas para meses de novembro, foi a maior desde 2002, quando ficou em 5,85%.
Carnes formam o item com maior peso na composição do indicador geral da inflação, com impacto de 0,18 ponto percentual no mês. A gasolina, que costuma ser o item de maior peso, foi a segunda maior influência em novembro, com impacto de 0,08 p.p., seguida pelo etanol, com impacto de 0,06 p.p.
A inflação das carnes passou de 4,25% em outubro para 6,54% em novembro, acumulando alta de 13,90% no ano. Já a do frango, passou de 2,41% em outubro para 5,17%, com o acumulado no ano ficando em 14,02%.
“Por causa do preço maior das carnes, pode estar ocorrendo substituição delas pelo frango, pressionando maior alta nos preços deste item”, explicou Kislanov.
VEJA OS 50 ALIMENTOS QUE MAIS SUBIRAM NO ACUMULADO DO ANO ATÉ NOVEMBRO
- Óleo de soja: 94,1%
- Tomate: 76,51%
- Arroz: 69,5%
- Feijão-macáçar (fradinho): 59,97%
- Batata-inglesa: 55,9%
- Laranja-lima: 55,64%
- Pimentão: 49,75%
- Batata-doce: 46,57%
- Morango: 42,49%
- Feijão-preto: 40,75%
- Peixe-tainha: 38,77%
- Repolho: 36,09%
- Cenoura: 34,41%
- Feijão-mulatinho: 32,6%
- Fígado: 31,07%
- Maçã: 30,2%
- Carne de porco: 30,05%
- Banana-maçã: 28,2%
- Costela: 26,4%
- Mandioca (aipim): 26,25%
- Açaí (emulsão): 25,41%
- Coentro: 25,09%
- Leite longa vida: 24,97%
- Laranja-baía: 24,08%
- Alface: 23,38%
- Músculo: 22,92%
- Salsicha em conserva: 22,45%
- Abobrinha: 22,31%
- Peito: 22,13%
- Tangerina: 22,09%
- Banana-d’água: 21,59%
- Laranja-pera: 21,29%
- Pera: 21,1%
- Mamão: 20,99%
- Açúcar cristal: 20,54%
- Pepino: 19,32%
- Peixe – pintado: 19,29%
- Peixe – filhote: 18,63%
- Linguiça: 17,87%
- Cupim: 17,65%
- Manga: 17,24%
- Salame: 17,02%
- Cimento: 17,02%
- Acém: 16,27%
- Leite em pó: 15,54%
- Cebola: 15,12%
- Brócolis: 15,08%
- Limão: 14,84%
- Lagarto comum: 14,81%
- Peixe – corvina: 14,31%
Fonte: Site G1