Foram criadas quase dez mil novas vagas de empregos formais em alimentação fora do lar no mês de abril
O setor de bares e restaurantes apresentou resultados positivos na criação de empregos segundo os últimos levantamentos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta quarta-feira, dia 31 de maio.
De acordo com a PNAD referente ao trimestre fev/mar/abr, o setor de alojamento e alimentação (do qual alimentação fora do lar representa cerca de 85% do volume) registrou a segunda maior variação positiva, com um aumento de 1% em relação ao trimestre anterior – o índice abrange empregos formais e informais. Essa porcentagem é superada apenas pelo setor de transportes, evidenciando a resiliência e a importância do segmento na retomada econômica do país. O setor de alojamento e alimentação foi um dos poucos analisados que apresentaram crescimento significativo na geração de empregos. A média nacional ficou em 0,2%, considerada como estabilidade pelo IBGE.
No CAGED, que mede apenas os empregos formais, os dados também mostram uma evolução notável para o setor de alimentação fora do lar. A variação registrada foi de 0,54%, com mais de 8.500 novas vagas no saldo em abril. No país, o aumento médio ficou em 0,42%. Mesmo diante das adversidades enfrentadas, esses números do setor demonstram a capacidade de adaptação e a resiliência dos estabelecimentos de alimentação fora do lar.
“Continuamos a ser um dos principais motores da economia. Isso tudo apesar das dificuldades, com 27% dos estabelecimentos ainda trabalhando no prejuízo em função de fatores como inflação, endividamento e pagamento de empréstimos tomados durante a pandemia. O setor, portanto, ainda necessita de ajuda. Precisamos ampliar, por exemplo, o número de bares e restaurantes com acesso ao Perse, programa de recuperação fiscal, reabrindo o acesso ao Cadastur”, explica o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
A PNAD contínua mede também a remuneração dos trabalhadores brasileiros. Mais uma vez, a alimentação fora do lar teve alta, uma das poucas entre todos os setores, com 1,4% de ganho – o salário médio no setor passou a R$ 1.945,00. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, no entanto, o setor de bares e restaurantes registra o maior aumento, com 11,6% de ganho, quase o dobro do registrado em setores como o comércio e a agricultura, por exemplo.