A Abrasel espera para este ano a adesão do iFood ao sistema de open delivery desenvolvido pela entidade. Crucial para o projeto, a empresa detém 80% do mercado de entrega de comidas.
O open delivery permite que todos os participantes do mercado de alimentação interajam em um único padrão. Quando um restaurante mudar o seu cardápio, por exemplo, fará isso em apenas um lugar, e não em vários, como acontece hoje.
A iniciativa também contribui para a concorrência no setor porque tende a facilitar a entrada de novas empresas ou o crescimento das que já existem. Por isso, o iFood teria resistências em endossar o projeto. É aí que entra a pressão que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está exercendo na empresa.
A autoridade antitruste investiga possíveis práticas anticoncorrenciais da Ifood e já determinou que a companhia parasse de incluir cláusulas de exclusividade em novos contratos. Desde então, a Uber Eats anunciou sua saída do mercado brasileiro.
Em seguida, a Rappi pediu ao Cade para que forçasse a iFood a acabar com a exclusividade já firmada em contratos existentes. O tema está em análise no colegiado.
É com esse pano de fundo que a Abrasel espera a adesão do iFood. Seria uma forma de a empresa mostrar à autoridade antitruste que não tem agido para restringir o mercado de delivery.
O iFood disse que “até o momento, não há nenhuma decisão por parte do iFood sobre aderir à plataforma aberta”. A empresa ingressou no Conselho de Governança do Open Delivery em setembro do ano passado, após convite da Abrasel.
“Como membro do Conselho de Governança, temos acompanhado os trabalhos dos órgãos técnicos e, inclusive, contribuímos financeiramente para o desenvolvimento da plataforma aberta, ainda em construção”, acrescentou a empresa.
Fonte: Metrópoles
